1° de dezembro: Dia Mundial de Luta Contra a Aids

Se passaram 40 anos desde a identificação dos primeiros casos no País e, há 25 anos, os medicamentos antirretrovirais, usados para tratar a infecção, passaram a ser distribuídos via rede pública de saúde. Mesmo com todas essas conquistas, o momento é de alerta. Dados do Ministério da Saúde indicam um cenário de queda na adesão ao tratamento contra o HIV durante a pandemia de covid-19, quando muita gente deixou de fazer os exames de controle ou adiou a retirada das medicações.

 

Falando um pouco mais sobre a doença: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida/Aids) é causada pelo vírus da imunodefiência humana (HIV). Ele é mais comumente transmitido durante a relação sexual sem uso de preservativo e pela troca de fluidos corporais. O contágio também pode acontecer durante a gravidez, no parto, em transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos, pela amamentação e por compartilhamento de agulhas ou objetos contaminados, pois o vírus encontra-se no sangue, esperma, secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas.

 

Nas primeiras duas a seis semanas depois de serem infectadas pelo HIV, algumas pessoas podem apresentar sintomas similares aos de uma gripe, como febre, mal-estar prolongado, gânglios inchados pelo corpo, manchas vermelhas na pele, dor de garganta e dores nas articulações. Algumas pessoas não apresentam nenhum sintoma por muitos anos enquanto o vírus, vagarosamente, se replica.

 

A Aids representa o estágio mais avançado de uma infecção pelo vírus HIV. Os pacientes podem chegar a essa fase quando não realizam o tratamento adequado, por desconhecerem que estão infectados ou por falhas de adesão ao tratamento. A Aids é marcada pelo desenvolvimento de doenças oportunistas, que surgem a partir da baixa imunidade do corpo, tais como: tuberculose, pneumonia, toxoplasmose, hepatites e alguns tipos de câncer. Por outro lado, em pessoas com HIV que foram diagnosticadas precocemente e seguem o tratamento prescrito pelo médico, o HIV pode se tornar indetectável. Isso significa que existe uma quantidade muito pequena de vírus circulando no organismo, o que permite o bom funcionamento do sistema imunológico. Com isso, esses pacientes podem ter uma vida longa e produtiva.

 

Estudos indicam que manter segredo sobre um diagnóstico de HIV pode ter um impacto negativo na adesão ao tratamento. Muitas vezes, o paciente teme que terceiros desconfiem de sua sorologia. Por isso, muitos deixam de ir às consultas e adiam a realização de exames ou a retirada de medicamentos. Por outro lado, quando o paciente com HIV se sente à vontade para compartilhar o diagnóstico com pessoas de confiança da família ou entre seus amigos, as chances de adesão e autocuidado são maiores. Mas, para que isso ocorra, é preciso criar um ambiente social livre de preconceito e discriminação. E essa é uma tarefa coletiva.

 

Outro fato importante a ser destacado é que a ideia de “grupo de risco” é um conceito ultrapassado, que reforça a discriminação e desestimula o cuidado entre aqueles que não se consideram vulneráveis. O que existe são comportamentos de risco, como compartilhamento de objetos perfurocortantes, relações sexuais desprotegidas, entre outros. Pessoas de qualquer gênero, orientação sexual, idade ou cor de pele podem se infectar e transmitir o HIV. Por isso, ao passar por uma situação de risco, é importante procurar uma unidade de saúde imediatamente, fazer o teste e se informar sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

 

 

Vanessa Vieira Pescador

Enfermeira – Vigilância Epidemiológica

Secretaria Municipal de Saúde de Treviso